Entre a esperança e a confiança: nunca quebrar

Sou da opinião que a convivência e a integração do marketing com a comunicação é saudável e necessário. É-o desde que não se atropelem uma à outra. A partir do momento em que se confundem os limites de atuação das duas, algo vai mal.

Exemplo disso, e mais que badalado nestes últimos dias, é a campanha de marteking da Cacharel.

Não vou analisar estratégias. Não conheço os objetivos da campanha. Quanto a mim o erro crasso desta estratégia de marketing foi na sua operacionalização: deixar que a comunicação extravasasse para os meios de comunicação social sem que a marca  recusasse, nos bastidores,  que o jovem escolhido para esta campanha falasse com os jornalistas.

Num período conturbado em que vivemos, em que a vontade de boas notícias impera, a esperança dos portugueses vibrou por uma simples história de amor. E, num período conturbado em que vivemos, muitos destes portugueses que vibraram com uma simples história de amor, sentiram-se enganados. Qual a reputação da Cacharel neste momento? Como está a ser visto o lançamento do Catch Me, o novo produto visado nesta campanha? A expetativa de vendas responderá a estas questões.

Na minha opinião, grave é também a visão que os jornalistas terão das agências de comunicação. Se já eram duas profissões em que o conflito de interesses é constantemente apontado, em que se usa o argumento de que a informação difundida e trabalhada é realizada para “beneficiar” e “condicionar” perspetivas, em que há (e isto tem de ser dito) ainda muita desconfiança pelo trabalho que é feito pelos consultores de comunicação… Como (res)suscitar a credibilidade das Public Relations junto dos profissionais dos media?

O futuro… não pode ser triste.

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Apelo aos PR – Estudo da Universidade de Bucareste

Recebi um pedido internacional para responder a um estudo online dirigido aos profissionais que trabalham em Public Relations.

Este questionário vai ajudar o Iulian Veghes, doutorando na Universidade de Bucareste (Universitatea Bucuresti), na investigação que está a realizar numa análise sobre de que forma as organizações europeias lidam com as ferramentas de comunicação online para comunicar com os seus públicos.

O Iulian precisa de cerca de 2.000 respostas e pede o nosso importante contributo tanto no seu preenchimento, como na sua divulgação.

Responder ao estudo demora cerca de dois minutos. Por isso, mãos à obra! E… divulguem 🙂

O estudo encontra-se disponível em http://www.onlineprineu.org/

European Communication Monitor 2012

Os resultados do maior estudo de comunicação em todo o mundo foram agora publicados. Participaram 2.200 profissionais de comunicação de 42 países, num projeto conjunto da EUPRERA (European Public Relations Education and Research Association), EACD (European Association of Communication Directors), e da revista Communication Director, com o apoio da Ketchum Pleon.

O estudo está também disponível para consulta em pdf e em ppt.

Definições de Relações Públicas… em análise

A PRSA apresentou recentemente uma proposta para uma definição de Relações Públicas:

“Public relations is a strategic communication process that builds mutually beneficial relationships between organizations and their publics.”

Em 1952, a definição era:

“Public relations is a management function that seeks to identify, build, and maintain mutually beneficial relationships between an organization and all of the publics on whom its success or failure depends.”

Em 1982, definiam-se as RP como:

 “Public relations helps an organization and its publics adapt mutually to each other.”

Este artigo traça uma pequena reflexão sobre as alterações das definições de RP desde 1952 até  hoje, aborda a estratégia e o processo como características fundamentais das RP e, de acordo com as alterações sociais, económicas e comportamentais mais recentes, o autor, Lionel Stanbrook, apresenta também uma sugestão:

“Public Relations is advice that gives access, context and meaning to media, generating value from the resulting relationships and communications between companies and their stakeholders.”

Parece-me que em Portugal esta percepção existe, mas apenas entre os que trabalham na área. Continuo a achar que ainda temos um longo caminho a percorrer para que as organizações e empresas reconheçam a comunicação como um parceiro estratégico…

Instantaneidade, ressurreição e tributo: ainda bem que há erros assim!

Lembram-se do que escrevi aqui?

Pois, o desafio para a reflexão final mantém-se. Um erro deu origem a uma mensagem viral nas redes sociais e, pela segunda vez, a morte de Vasco Granja foi notícia. Diz o Público que “A data original do artigo não era visível e isso terá sido o suficiente para levar alguns leitores ao engano”. No entanto, posso afirmar que fui uma das poucas pessoas a verificar a notícia depois de publicada no Facebook. Não fosse eu uma admiradora de Vasco Granja… Ao abrir o link procurei a data, estava lá 04-05-2009. Acabei por comentar a publicação e referir que o Vasco Granja tinha falecido há 3 anos.

A instantaneidade é perigosa. Pode levar-nos a publicar factos que não o são. E isto vale para os jornalistas enquanto profissionais da informação e para o cidadão comum que alimenta as redes sociais e que replica a comunicação.

Na minha opinião, acho que este erro se transformou num novo tributo a Vasco Granja, na data que marcou três anos desde a sua morte.

Erros na informação: o assassino (ou suicídio) do consultor

Reler e confirmar a informação que se escreve num Press Release a enviar para os jornalistas é meio passo dado para não se assassinar (ou suicidar) um consultor de comunicação.

Por um lado, cuidado com os erros ortográfico. Às vezes a pressa é inimiga da perfeição e não é raro escrever-se peido (em vez de pedido), pau (em vez de pai), ereção (em vez de receção). Reler o que se escreveu e dar a ler a outras pessoas (com olhos menos viciados) é essencial.

Por outro, é preciso verificar a exatidão e a veracidade da informação. Algumas dicas retiradas daqui.

A few fact-checking tips for PR pros:

  1. Check with your client or a senior leader in your organization for the correct spelling and form of a company’s name. Don’t rely on your own Web site—frequently companies use different forms and spellings on their own sites.
  2. Contact executives directly for their most recent job title. That’s also a good way to get the correct spelling of the exec’s name.
  3. For a new product or service, ask more than one person in the organization for the correct name and for an accurate description. You may find that there is no consensus on either.
  4. Don’t rely on previous press releases or marketing materials for your fact-checking. You may be passing on a legacy of errors. (…)

E um desafio: quais as melhores gaffes que cometeram/apanharam? 🙂 Quem se atreve?!

Contributos para a discussão sobre política(s) de Saúde

O Jornal de Negócios publicou hoje as visões de João Semedo e de Teófilo Leite sobre questões relacionadas com o SNS e com a atual política de Saúde. Por achar que este artigo, infelizmente, terá passado ao lado de alguns olhares menos atentos, alerto aqui à sua leitura.

Dois olhares diferentes sobre o SNS, conforme dita o título, mas que concordam, e bem, num ponto: o SNS está melhor hoje do que há uma década. Resumindo e baralhando, juntando os dois dicursos e achando o meio termo, poderíamos ter a solução mais que adequada para a sustentabilidade do SNS.

No entanto, continuo a achar que  a afirmação de Teófilo Leite “(…)É preciso colocar o cidadão no centro do sistema e conferir-lhe maior poder de decisão e maior responsabilidade na gestão da sua própria saúde(…)” mais parece um chavão  decorado, que de tanto ser repetido já quase ninguém acredita.

As reformas políticas que se têm sentido ao nível da Saúde — umas operacionalizadas, outras experimentais e que acabam por cair no esquecimento —  têm usado consecutivamente este chavão.  A questão da cidadania e o Serviço Nacional de Saúde é premente e espero, até setembro, conseguir divulgar algumas conclusões da tese de mestrado sobre este tema no qual tenho vindo a trabalhar.

Contudo, apesar de visões díspares e de não acrescentarem muito mais ao que se tem vindo a “viver” e a “ouvir”, as opiniões de João Semedo e de Teófilo Leite não deixam de trazer, uma vez mais, o tema para o centro do debate. Mas, haverá reflexão?!

A evolução das media relations e as plataformas a incorporar

«As technology forces the PR industry to evolve, one constant remains true: Businesses need to incorporate the right mix of tools to deliver the right message to the right audience. That still involves working with reporters to secure stories in “traditional” media outlets. But nowadays, even traditional media roles are changing: Magazines and newspapers employ multimedia producers to create companion videos and slideshows that supplement the original print version of a story, and beat reporters are responsible for creating blog posts in addition to their “regular” stories.

To capitalize on this trend, don’t simply offer a story line when working with traditional media outlets. Instead, offer opportunities for reporters to generate “non-traditional” content. But remember: Innovating your media relations requires more than just securing digital coverage in traditional media outlets. It’s smarter — and more effective — to cast a wider net. Here are platform-specific examples:

Pinterest — Reportedly the fastest-growing standalone site ever, Pinterest is rapidly attracting brands and individual pinners. Some individuals have already accumulated hundreds and thousands of loyal followers. One byproduct? A new set of influencers for brands to engage. Start by identifying pinners with loyal followings on topics relevant to your organization. Like and repin their content, and connect with the individuals on their blogs, Twitter accounts or Facebook Pages. Look for natural opportunities to share your content with them, with the goal of securing a coveted “pin” on one of their boards. Proceed with caution, as this is new territory, and many pinners won’t want to be pitched. However, it won’t be long until brands and individual pinners figure out how to work with each other.

Facebook — Brands have created Facebook pages, some with success … others not so much. Ler mais deste artigo

Uma breve história das Public Relations

“Spotlight on public relations. Press Index looks back on the history of the industry from its origins to the present day. Discover through this comprehensive infographic, the evolution of a professional practice from its original role as the politician’s mouthpiece to the consumer-centred approach of the social media age.”

Fonte: http://lpm.blogs.sapo.pt/927282.html

Insultar é uma honra

Uma verdadeira pérola de Arthur Schopenhauer.

“Assim como ser insultado é uma vergonha, insultar é uma honra. Por exemplo, mesmo que a verdade, o direito e a razão estejam do lado do meu adversário, não deixo de insultá-lo; desse modo, todas as suas qualidades passam a ser desconsideradas, e o direito e a honra passam a estar do meu lado. Ele, pelo contrário, perdeu provisoriamente a sua honra – até conseguir restabelecê-la, não mediante direito e razão, mas por tiros e estocadas. Logo, a rudeza é uma qualidade que, no ponto de honra, substitui ou se sobrepõe sobre as outras. O mais rude tem sempre razão: para quê tantas palavras? Qualquer estupidez, insolência, maldade que alguém possa ter feito, uma rudeza retira-lhes essa característica e elas são de imediato legitimadas. Se, numa discussão ou conversa, outro indivíduo mostra conhecimento mais correcto do assunto, um amor mais austero à verdade, um juízo mais saudável, mais entendimento que nós, ou se em geral exibe méritos intelectuais que nos deixam na sombra, então podemos de imediato suprimir semelhantes superioridades e a nossa própria mesquinhez por elas revelada e sermos, por nosso turno, superiores, tornando-nos ofensivos e rudes. Ler mais deste artigo